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sábado, 17 de maio de 2014

Deu Zebra: Alemanha 0-3 Croácia (1998)

Quartas de Final da Copa do Mundo de 1998. Alemanha, tri-campeã mundial, atual campeã européia, franca favorita contra a Croácia, estreante em Copas depois de sua emancipação junto a antiga Iugoslávia.

Os alemães estavam invictos. No Grupo F, passaram por Estados Unidos (2-0), Iugoslávia (2-2) e Irã (2-0). Nas Oitavas de Final, derrotaram o México (2-1). Os croatas passaram em segundo no Grupo H, onde jogaram contra Jamaica (3-1), Japão (1-0) e Argentina (0-1). Nas Oitavas, venceram a Romênia (1-0).

Os croatas comemoram um feito histórico na Copa de 1998 - avançar as Semifinais, batendo a Alemanha.

Na Eurocopa de 1996, as duas seleções travaram um belo duelo, com vitória alemã por 2-1, o que aumentou as expectativas para a partida no Estádio Gerland, em Lyon. No primeiro tempo, o que se viu foi a melhor partida da Alemanha até então na Copa do Mundo, desperdiçando boas oportunidades de gol. Mas a partida mudou seu rumo aos 40 minutos, com a expulsão do zagueiro alemão Christian Wörns.

Poucos minutos depois, já nos acréscimos da primeira etapa, Robert Jarni mandou uma bomba de fora da área, abrindo o placar para a Croácia.

Jarni, de fora da área, faz o primeiro gol do jogo.

No segundo tempo, o treinador alemão Berti Vogts mandou seu time ao ataque. Os alemães pressionaram pelo gol de empate. Mas Goran Vlaovic, aos 35, e Davor Suker, o artilheiro da Copa, aos 40 minutos, aniquilaram as chances de recuperação dos tri-campeões.

A Croácia eliminava a Alemanha, e com um placar elástico de 3-0. Feito que parecia impossível, mas que colocou definitivamente a seleção croata no mapa do futebol mundial.

Veja os melhores momentos da partida.

Nas Semifinais, a Croácia seria eliminada pela campeã França (1-2). Mas outro triunfo histórico sobre a Holanda (2-1) colocou os croatas na histórica terceira colocação na Copa do Mundo.

Davor Suker, artilheiro da Copa de 1998, e símbolo da geração croata que fez história.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Olho Nele! - Kun Agüero


Sergio Lionel Agüero del Castillo, mais conhecido como Kun Agüero, nasceu em Quilmes, em 1988. Começou sua carreira pelo Independiente, de Avellaneda. Em 2006, transferiu-se para o Atlético de Madrid, onde foi campeão da UEFA Europa League e da UEFA Super Cup. Em 2011, foi contratado para ser uma das estrelas do Manchester City. Na Inglaterra, conquistou duas vezes o título nacional, em 2012 e 2014.

Pela seleção argentina, Agüero conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Foi reserva na Copa do Mundo de 2010, disputou os jogos contra a Coréia do Sul (4-1), Grécia (2-0) e Alemanha (0-4). Sem nenhum gol marcado em mundiais, ele é uma das grandes esperanças de gol dos hermanos no Brasil.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

FIFA World Cup 1986: Argentina 2-1 Inglaterra

Maradona se torna Diós

O zagueiro argentino Roberto Perfumo disse em 2002 ao jornal britânico The Guardian que "em 1986, vencer aquele jogo contra a Inglaterra era o suficiente. Vencer a Copa do Mundo era secundário para nós. Bater a Inglaterra era nosso verdadeiro objetivo". (Veja aqui a ficha técnica da partida)

Tanta vontade argentina em vencer aquele jogo vinha de quatro anos atrás, não do futebol, mas de um histórico conflito entre as duas nações, a Guerra das Malvinas, que culminou no êxito britânico na recuperação do arquipélago ao sul das Américas.

Maradona marca o gol mais bonito da história das Copas.

O jogo era válido pelas Quartas de Final da Copa de 1986. A Argentina, campeã em 1978, terminou a primeira fase em primeiro lugar do Grupo A, vencendo a Coréia do Sul (3-1), empatando com a Itália (1-1) e vencendo também a Bulgária (2-0). Nas Oitavas de Final, derrotaram o grande rival Uruguai (1-0). A Inglaterra, campeã de 1966, ao contrário, vinha de uma campanha contestável, se classificando apenas no segundo lugar do Grupo F. Perderam para Portugal (0-1), empataram com Marrocos (0-0) e venceram a Polônia (3-0). Nas Oitavas, vitória sobre o Paraguai (3-0).

Os capitães Diego Maradona e Peter Shilton se cumprimentam.

A Argentina, comandada por Carlos Bilardo, foi a campo com Nery Pumpido, Jose Cuciuffo, Oscar Ruggeri, Julio Olarticoechea e José Luis Brown; Sergio Batista, Ricardo Giusti, Héctor Enrique e Jorge Burruchaga; Diego Maradona e Jorge Valdano.

A Inglaterra de Sir Bobby Robson estava escalada com Peter Shilton, Gary Stevens, Kenny Sansom, Terry Fenwick e Terry Butcher; Trevor Steven, Peter Reid, Glenn Hoddle e Steve Hodge; Peter Beardsley e Gary Lineker.

Maradona usa "La Mano de Diós" para abir o placar.

Diante de um público de quase 115 mil pessoas no Estádio Azteca, a tensão era visível nas duas equipes. Tanto que no primeiro tempo, apesar de um bom nível técnico apresentado, o placar não saiu do zero.

Mas aos 6 minutos do primeiro tempo, Maradona tenta tabelar com Valdano, mas a zaga afasta mal e a bola vai para trás, ao encontro de Maradona, que levanta sua mão esquerda ao encontro da bola. Usar La Mano de Diós era a única forma de vencer a altura de Shilton. Apesar de muita reclamação por parte dos ingleses, o arbitro tunisiano Ali Bennaceur validou o gol. Argentina 1-0.

Veja os melhores momentos da partida. Se preferir, veja aqui o jogo completo.

Quatro minutos depois, Maradona presenteou o mundo com o gol mais bonito da história das Copas do Mundo. Ele recebeu no meio campo, ainda do lado de sua defesa. Com três toques na bola, se livrou de Beardsley e Reid. Colou a bola em seu pé esquerdo. Avançou. Cortou Butcher e, em seguida, Fenwick. Se viu de frente para Silton. Driblou para a direita e antes que Butcher se recuperasse, finalizou. Gol de placa de Maradona. Argentina 2-0.

Em 5 minutos, Maradona aniquilou os ingleses.

A Inglaterra tentou pressionar a partir de então. Mas só conseguiu descontar aos 36 minutos com Lineker, de cabeça. 2-1. O mesmo Lineker, novamente pelo alto, teve a última chance para empatar o jogo, mas a zaga argentina conseguiu afastar o perigo. Quando o árbitro apitou o final de jogo, o que se viu foi o delírio argentino pela vitória sobre os históricos rivais.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Gol de Placa: Jairzinho 1970

Brasil e Inglaterra era o jogo mais aguardado da Copa do Mundo de 1970, quando os grupos da primeira fase se definiram. (veja aqui a ficha técnica da partida) O jogo que ficou famoso pela linda defesa de Gordon Banks depois do cabeceio de Pelé, teve também um dos gols mais bonitos da história das Copas.

Jairzinho dispara para o gol, contra a Inglaterra.

Quem vê apenas o chute de Jair ao gol imagina que o tento marcado seria um gol normal. Porém a joga começa com Paulo César ainda no campo de defesa. Ele entrega pra Clodoaldo, que aciona Carlos Alberto. O capitão aciona Tostão, que tenta o chute, mas a bola para na defesa. No rebote, nasce a jogada do gol, protagonizada pelo próprio Tostão, que fica com o rebote e tabela com Paulo César.

Tostão, ao receber a devolução de Paulo César, dá uma caneta no primeiro marcador, deixa o segundo no chão e engana o primeiro novamente ao virar o corpo e cruzar nos pés de Pelé, que acha Jairzinho chegando em velocidade e dá o passe preciso para o Furação encher o pé. Golaço que deu a vitória ao Brasil (1-0).


sábado, 10 de maio de 2014

Olho Nele! - Miroslav Klose


Miroslav Josef Klose nasceu em Opole, na Polônia, em 1978, mas se naturalizou alemão. Começou sua carreira pelo Hamburgo em 1998 e ainda defendeu Kaiserslautern, Werder Bremen e Bayern München antes de chegar à Lazio, da Itália, em 2011.

Klose defendeu a Alemanha nas Copas de 2002, 2006 e 2010. Vai para seu quarto mundial em busca de um recorde: superar Ronaldo e ser o maior goleador da histórias das Copas do Mundo. Klose tem 14, Ronaldo tem 15. Bastam dois gols para Klose entrar para a história.

Klose comemora seu 14º gol em Copas, contra a Argentina em 2010

Veja todos os gols de Klose em Copas do Mundo:

2002 - Alemanha 8-0 Arábia Saudita (3 gols)
2002 - Alemanha 1-1 Irlanda (1 gol)
2002 - Camarões 0-2 Alemanha (1 gol)
2006 - Alemanha 4-2 Costa Rica (2 gols)
2006 - Equador 0-3 Alemanha (2 gols)
2006 - Alemanha (4) 1-1 (2) Argentina (1 gol)
2010 - Alemanha 4-0 Austrália (1 gol)
2010 - Alemanha 4-1 Inglaterra (1 gol)
2010 - Argentina 0-4 Alemanha (2 gols)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

FIFA World Cup 1930: Uruguai 4-2 Argentina

Em 1930, o então presidente da FIFA, o francês Jules Rimet, realizou seu desejo de reunir seleções de vários países do mundo em um torneio que teria o status máximo do nosso desporto bretão.

Todos os países filiados a FIFA na época foram convidados a competir, mas apenas Brasil, Argentina, Peru, Paraguai, Chile, Bolívia, Estados Unidos, México, Bélgica, França, Romênia e Iugoslávia foram ao Uruguai para a disputa do torneio.

Argentinos e uruguaios entram em campo para decidir a primeira Copa do Mundo.

As equipes se dividiram em quatro grupos (um com quatro seleções, e os demais com três). Apenas os líderes se classificaram às Semifinais. A Argentina goleou os Estados Unidos (6-1) na primeira semifinal. Na outra partida, o Uruguai passou pela Iugoslávia (6-1), com outra goleada.

No dia 30 de Julho de 1930, o Estádio Centenário, em Montevidéu, recebeu a primeira final da história das Copas do Mundo: o mais importante capítulo da histórica rivalidade entre Argentina e Uruguai. (veja aqui a ficha técnica da partida)

Estádio Centenário foi palco da primeira final de Copa do Mundo.

Donos da casa, o Uruguai tinha uma equipe extremamente vitoriosa. Bicampeões olímpicos em 1924 e 1928, ganharam a alcunha de Celeste Olímpica. Além disso, vinham de um tetra-campeonato sul-americano, em 1920, 1923, 1924 e 1926. Para aquela final, o técnico Alberto Suppici mandou a campo a seguinte formação: Enrique Ballestero, José Nasazzi e Ernesto Marcheroni; José Andrade, Lorenzo Fernández e Álvaro Gestido; Pablo Dorado, Héctor Scarone, Héctor Castro, Pedro Cea e Santos Iriarte.

Seleção uruguaia, campeã mundial em 1930.

Também quatro vezes campeões sul-americanos na década (1921, 1925, 1927 e 1929), os argentinos apostavam no melhor ataque da competição, liderados pelo artilheiro Guillermo Stábile, para superar o favoritismo uruguaio. Francisco Olazar escalou: Juan Botasso, José Della Torre e Fernando Paternoster; Pedro Suárez, Luis Monti e Juan Evaristo; Mario Evaristo, Manuel Ferreira, Guillermo Stábile, Francisco Varallo e Carlos Peucelle.

Uma das maiores polêmicas daquela final envolveu a bola do jogo. Antes da partida, as seleções pleiteavam o fornecimento da bola que seria usada no jogo. O árbitro definiu que no primeiro tempo se usaria a bola argentina e no segundo, a uruguaia.

A bola (uruguaia) utilizada na final, hoje mantida em um museu na Inglaterra.

Os uruguaios abriram o placar aos 12 minutos, com Dorado, para delírio dos quase70 mil torcedores no Estádio Centenário. Mas aos 20 e aos 37, respectivamente, Peucelle e Stábile viraram o placar para os argentinos, donos da bola, que terminaram o primeiro tempo em vantagem: 2-1.

Na segunda etapa, a bola era outra, era uruguaia. Coincidência ou não, a Celeste dominou o jogo. Cea empatou o jogo logo aos 12 minutos. E Iriarte virou aos 23. Aos 44 minutos, Castro sacramentou a conquista uruguaia, definindo o placar de 4-2. O Uruguai marcava novamente seu nome na história, conquistando em casa o primeiro título mundial de futebol.

Jules Rimet (esq) entrega a taça que recebeu seu nome a Dr. Paul Jude, presidente da Associação Uruguaia de Futebol.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Os 23 de Scolari



Enfim chegou mais um aguardado dia, o do anúncio dos 23 convocados de Luís Felipe Scolari para a disputa da Copa do Mundo. Os críticos dizem que teve uma surpresa, mas que não parece ser tão surpresa assim. Em suma, foi uma convocação coerente com o projeto e o desempenho, principalmente após a Copa das Confederações. Então, vamos aos nomes.

Julio Cesar: Ainda recebe suas críticas pelo momento atual ou pela Copa de 2010. Pode não estar em um time grande da Europa ou do Brasil, mas é o homem de confiança do Felipão, o que conta muito para um goleiro.


Jefferson: Segue o rumo da confiança, joga em um time que atualmente não é lá tão grande, mas é presença praticamente constante desde a nova era Scolari.

Victor: Recompensado pela injustiça (Leia-se Dunguisse) de 2010. Grande goleiro, carregou o Atlético-MG campeão da Libertadores-2013 nas costas. Puxou o tapete de Diego Cavalieri aproveitando as oportunidades que teve no fim do ano passado. Merecido.

Daniel Alves: Alvo de críticas e cercado por dúvidas. Não vivemos a melhor das safras na lateral direita e hoje é o que temos. Titular absoluto do Barcelona, o que contribui.

Maicon: Tomar a vaga do Jean não é das tarefas mais difíceis, mas foi outro que soube aproveitar as oportunidades que teve, chegando a ser titular em alguns amistosos. Precisava de uma sequência sem lesões, e a teve. Rafinha foi testado apenas para ser o terceiro nome em caso de emergência.

Marcelo: Outro injustiçado pelas Dunguisses de 2010 e preterido no início da "Era Mano", assumiu a titularidade no amistoso contra a Rússia. É o melhor brasileiro e não há porque perder a vaga.

Maxwell: Dominou as convocações após a Copa das Confederações e assumiu a segunda vaga no posto. As boas atuações no PSG campeão francês contribuíram. Sua experiência pode ser útil em momentos de necessidade.

Thiago Silva: Capitão do time e sabe exercer muito bem a sua liderança tanto na seleção quanto no PSG. Chegou a ser chamado de Novo Maldini nos tempos de Milan, é veloz e já carrega boa rodagem. Foi preparado para assumir a função durante esses 4 anos.

David Luiz: Compões a forte zaga do Chelsea ao lado de Terry e pode jogar como volante. Outro que, apesar da idade, tem uma rodagem considerada. Assim como Thiago Silva, pode-se dizer que foi bem preparado durante o período.

Dante: Titular no Bayern de Munique de Jupp Heynckes e também no de Guardiola. Tem respaldo para ser o primeiro zagueiro do banco, entrou bem quando necessário.

Henrique: Surpresa para muitos, mas não para Felipão e óbvio para o Alan. Carrega a confiança do técnico desde a época de Palmeiras, onde atuou como volante nas finais da Copa do Brasil. Foi para o Napoli, onde chegou a atuar na lateral, mas foi constante e seguro em todas as oportunidades que teve.

Luiz Gustavo: Se não chega a ser um xerife, é o que de melhor temos para primeiro volante. Conteve praticamente todos os ataques da Espanha na final da Copa das Confederações e protege muito bem a retaguarda para eventuais subidas dos zagueiros ao ataque.

Paulinho: Rápido, técnico e versátil. Mesmo atuando como segundo volante, tem poder de decisão e sobe facilmente ao ataque. Tem a titularidade garantida.

Ramires: Teve sua oportunidade no início de 2013 e deu bobeira fora de campo, teve nova oportunidade e soube aproveitar. Pode jogar tanto como volante como aberto no meio-campo. É veloz e marca muito bem, pode entrar em vários jogos.

Fernandinho. Agarrou sua oportunidade no apagar das luzes. De contestação unânime nas convocações de Mano Menezes a boa opção de Felipão, amadureceu muito e teve atuações importantes na campanha do virtual campeão inglês, o Manchester City.

Oscar: Melhor opção para a posição de "camisa 10" da seleção. Alterna partidas como titular e reserva no Chelsea de Mourinho, mas é titular absoluto com a camisa verde e amarela. Extremamente técnico, aciona os atacantes com passos extremamente precisos.

Hernanes: Não é o reserva absoluto de Oscar, pois também faz a função de segundo volante para adiantar Paulinho. Se não é unanimidade, foi outro que respondeu bem às oportunidades que teve.

Bernard: Tem "alegria nas pernas", é habilidoso e ótima opção para o setor ofensivo. Ficou meio sumido no Shakhtar mas continuou a ser convocado, onde rendeu com boas atuações.

Willian: Saiu do ostracismo do Anzhi para ser uma das revelações do Chelsea na atual temporada mas foi outro que correspondeu bem quando teve as oportunidades na seleção.

Jô: Aproveitou bem a vaga de Leandro Damião na Copa das Confederações e não largou o posto. Não vive a melhor das fases no Atlético mas é a opção que temos para centro-avante reserva.

Hulk: Se não é brilhante, é fundamental taticamente e tem força física, o que garante a sua titularidade.

Neymar Jr.: O craque do time, joga pelo lado esquerdo caindo pelo meio, posição que rende mais. Amadureceu muito graças a Felipão e à passagem de Muricy Ramalho pelo Santos.

Fred: Contestado por muitos, mas é o melhor nome para a posição. Não demonstra habilidade, mas se posiciona bem e, o mais importante para o centro-avante, faz gol até falar chega. Tem o respaldo de Felipão e é candidato a goleador na Copa.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Deu Zebra: Coréia do Norte 1-0 Itália (1966)

Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Grupo 4, 3ª rodada. A Itália já havia vencido o Chile (2-0) e perdido para a poderosa União Soviética (1-0). Precisava de uma vitória simples contra a fraca Coréia do Norte para se classificar às Quartas de Final.

Os norte-coreanos também haviam perdido para a União Soviética (3-0), e o empate conquistado contra o Chile (1-1) parecia já ser o grande feito daquela seleção.

Italianos e Norte-coreanos entram em campo, em Middlesbrough.

A partida foi disputada no Ayresome Park, em Middlesbrough, no dia 19 de Julho de 1966. (Veja aqui a ficha técnica da partida) A Itália era favoritíssima. Contava com nomes de peso, como Giacinto Facchetti, Sandro Mazzola e Gianni Rivera. Tinha como base a Inter de Milão bicampeã européia em 1964 e 1965. Parecia que não teria dificuldades para passar pela fraca seleção asiática.

Quando a bola rolou o que se viu foi a Itália tentando controlar a partida, imaginando que os gols sairiam naturalmente. Mario Perani perdeu duas boas oportunidades de abrir o placar no primeiro tempo. Em uma delas, chutou no travessão; na outra, para defesa do goleiro Lee Chang Myung.

Veja os melhores momentos da partida.

Mas a história começou a trilhar um rumo diferente do imaginado aos 42 minutos, quando Pak Doo Ik se aproveitou de um vacilo da zaga italiana para chutar cruzado e vencer o goleiro Enrico Albertosi. Coréia do Norte 1-0.

Pak chuta cruzado para fazer o gol da vitória norte-coreana.

A Itália tentou pressionar na volta do segundo tempo. Paolo Barison teve duas boas chances pela esquerda, mas chutou ambas para fora. Os coreanos levaram muito perigo num contra-ataque que terminou na finalização para fora de Kim Bong Hwan. O tempo passava e os italianos pareciam se descontrolar. As jogadas de ataque não surtiam efeito, pareciam já descoordenadas. E o pior: era a Coréia do Norte quem mais levava perigo em seus contra-ataques.

Jogadores e comissão técnica da Coréia do Norte comemoram o feito histórico.

A partida teve fim sem que a Azurra conseguisse furar o bloqueio coreano. A Coréia do Norte concretizava uma façanha: eliminar a poderosa Itália ainda na primeira fase da Copa do Mundo de 1966. Com a derrota do Chile para a União Soviética (2-1), os coreanos foram além - se classificaram para as Quartas de Final. Enfrentaram Portugal, de Eusébio. Fizeram outro grande jogo, mas perderam por 5-3.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Momento Magu: Escobar 1994

O gol contra mais trágico da história das Copas do Mundo foi marcado pelo colombiano Andrés Escobar, na partida em que a Colômbia perdeu para os Estados Unidos (2-1), pela primeira fase da Copa de 1994.


A seleção colombiana tinha craques como Carlos Valderrama, Freddy Rincón e Faustino Asprilla. Chegava aos Estados Unidos com status de favorita pela primeira vez na história. O gol de Escobar abriu o placar da vitória dos anfitriões sobre os colombianos, jogo que selou a eliminação dos sul-americanos.

Ao voltar ao seu país, Escobar foi supostamente assassinado por um membro do narcotráfico local, que teria perdido muito dinheiro investindo na Colômbia em casas de apostas.

domingo, 4 de maio de 2014

Gol de Placa: Pelé 1958

Pelé ainda era garoto de 17 anos de idade, mas já disputava a sua primeira final de Copa do Mundo, na Suécia em 1958. Pra não deixar dúvidas de que ele não era apenas um garoto, eis que melhor jogador de todos os tempos marca um dos gols mais bonitos da história dos mundiais.


O Brasil venceu a Suécia por 5-2. Vavá e Pelé marcaram duas vezes cada; Zagallo também deixou o dele. Liedholm e Simonsson descontaram. O Brasil conquistava seu primeiro título mundial.

sábado, 3 de maio de 2014

FIFA World Cup 1970: Itália 4-3 Alemanha

A Partida do Século.

Itália e Alemanha chegaram as semifinais da Copa do Mundo de 1970, no Estádio Azteca, Cidade do México, para protagonizar o que foi conhecido como "A Partida do Século". (Veja aqui a súmula eletrônica do jogo)


A Itália veio do Grupo 2, onde venceu a Suécia por 1-0, e apenas empatou com o Uruguai (0-0) e a fraca seleção de Israel (0-0). Classificou-se em primeiro lugar, porém com certa desconfiança pelos resultados. Nas Quartas de Final, uma vitória convincente sobre o anfitrião México (4-1) encheu a Azurra de moral.

Os italianos eram, na época, bicampeões mundiais em 1934 e 1938, e que tinham ainda o status de atuais campeões europeus, em 1968. Naquele dia, entrou em campo com: Enrico Albertosi, Tarcisio Burgnich, Giacinto Facchetti, Pierluigi Cera e Roberto Rosato; Giancarlo De Sisti, Mario Bertini e Sandro Mazzola; Angelo Domenghini, Roberto Boninsegna e Luigi Riva. O técnico era Ferruccio Valcareggi.

Em pé: Albertosi, Domenghini, Rosato, Facchetti, Bertini e Riva.
Agachados: Boninsegna, De Cisti, Cera, Mazzola e Burgnich.

A Alemanha Ocidental estava no Grupo 4 e venceu os três jogos da primeira fase, contra Marrocos (2-1), Bulgária (5-2) e Peru (3-1). Nas Quartas de Final, a reedição da Final de 1966, contra a Inglaterra teve ares dramáticos e uma vitória suada na prorrogação: 3-2.

Os alemães eram campeões mundiais em 1954 e vice em 1966. O técnico Helmut Schön mandou a seguinte equipe a campo: Sepp Maier, Berti Vogts, Bernd Patzke, Willi Schulz e Karl-Heinz Schnellinger; Franz Beckenbauer, Wolfgang Overath e Jürgen Grabowski; Uwe Seeler, Hannes Löhr e Gerd Müller.

Da esquerda para a direita: Seeler, Maier, Schnellinger, Beckenbauer, Shulz, Löhr, Müller, Grabowski, Patzke, Overath e Vogts.

O Estádio Azteca estava completamente lotado para o duelo que entraria para a história. A partida sob um fortíssimo calor, o que poderia beneficiar os italianos, uma vez que os jogadores alemães passaram por uma verdadeira batalha nas Quartas de Final contra a Inglaterra, que terminou na prorrogação.

E logo aos 8 minutos, Boninsegna abriu o placar para a Itália, após tabela com Riva e um belo chute de fora da área: 1-0. Os chutes de longe pareciam ser as maiores armas das duas equipes. Ainda no primeiro tempo, Domenghini pela Itália, Patzke e Seeler, pela Alemanha, também levaram perigo a meta adversária.

Veja os melhores momentos da Partida do Século. (Se preferir, veja aqui a partida completa)

No início do segundo tempo, Riva perdeu uma grande chance de abrir vantagem no placar. Ele cabeceou sozinho, mas Maier defendeu. A Alemanha então, se lançou ao ataque. Overath acertou o travessão. No lance mais polêmico da partida, Rosato salvou a Itália após chute de Libuda, no rebote Müller mandou pra fora; porém os alemães reclamaram pênalti em Seeler, que teria melhores condições de finalizar.

Perto do final do jogo, os alemães tiveram mais um duro golpe. Franz Beckenbauer deslocou o ombro. O treinador já havia feito as duas substituições que tinha direito - entraram Stan Libuda e Sigi Held nos lugares de Löhr e Patzke, respectivamente. A Alemanha teria que jogar com 10 em campo. Mas o Kaiser jamais admitiria isto, e voltou ao gramado mesmo com o ombro imobilizado. Jogaria mais de meia hora nestas condições.

Beckenbauer teve o ombro deslocado e continuou em campo.

A insistência alemã foi premiada aos 45 minutos do segundo tempo. Grabowski cruzou e Schnellinger empatou o jogo: 1-1. A Alemanha levava mais uma partida para a prorrogação.

A prorrogação foi absolutamente incrível. Aos 4 minutos, Müller marcou perante a uma indecisão da saga italiana, e a Alemanha estava na frente: 2-1. Mas aos 8 minutos, a zaga alemã também errou, e Burgnich empatou: 2-2. E aos 14 minutos, Riva fez um belo gol, virando o jogo para os italianos: 3-2.

No início do segundo tempo, Seeler cabeceou com muito perigo e quase empatou o jogo novamente. E o empate veio logo depois com Müller, de cabeça aos 5 minutos: 3-3. Mas não deu tempo nem dos alemães comemorarem. Logo no minuto seguinte, Boninsegna fez boa jogada na linha de fundo e tocou pra traz. Gianni Rivera, que havia entrado no lugar de Bertini, marcou o gol da classificação da Itália: 4-3.

A imagem emblamática de Maier lamentando o quarto gol italiano, Beckenbauer, com o ombro imobilizado, caminhando em direção ao gol, e os italianos comemorando ao fundo.

Ao apito final, a confirmação da classificação italiana à Final da Copa do Mundo de 1970. A alegria italiana e a decepção alemã se misturavam ao cansaço físico dos jogadores, e a satisfação de terem protagonizado um capítulo único na história do futebol.

Na final, a Itália perdeu o título para o Brasil (4-1). A Alemanha Ocidental ficou com o terceiro lugar na Copa, ao vencer o Uruguai (1-0).